Essa nova vertente do funk é o melhor exemplo de que sempre dá pra piorar uma situação que já é ruim. Antes apenas com aquelas malditas músicas onde o único assunto era sexo ou crime, agora além disso eles banalizam o dinheiro e criam uma cultura contraditória onde o cara pobre da favela fica rico graças a indústria fonográfica cantando uma música lixo e pode ostentar isso com carros importados, mansões gigantes e 50 kg de ouro pelo corpo. Enquanto o cara classe média trabalhador massacrado por impostos continua sendo definido como playboy burguês filhinho de papai.
O programa A Liga da Band fez uma matéria que conseguiu dissecar a mente (?) desses cantores e mostra realmente que o funk ostentação e seus artistas são tão vazios quanto suas letras conseguem representar. Vale a pena conferir, apesar do vídeo ser bem longo:
A contradição das letras e da postura desses cantores é tão óbvia que entristece como a futilidade cultural chegou no limite. Um cantor desse consegue fácil R$ 50.000 por noite. A mulherada fica enlouquecida quando eles aparecem. Vejam no minuto 11 como elas começam a chorar quando um desses cantores aparecem e gritam ouriçadas. No minuto seguinte você vê o cara cantar uma música péssima e depois diz: "nosso trabalho é ostentar... Se a gente não coloca um carrão, uma 'cordona' e um 'relojão', a gente vai tá fora da ostentação".
No minuto 24 pra frente mostra um pouco do papel da mulher nisso tudo, portando-se como objetos de consumo, itens que fazem parte da ostentação. Algumas já são mais sinceras e dizem que os trouxas ficam pagando as coisas para elas.
O funk ostentação é o produto do crescimento econômico do país e do aumento do poder aquisitivo sem a estrutura educacional adequada. Formamos uma geração de pessoas idiotas, semi-analfabetas, completamente inúteis para a sociedade como trabalhadores ou empreendedores, cujo objetivo distorcido não é acumular patrimônio ou conquistas pelo trabalho e dedicação, e sim ostentar luxos, roupas de marca, ouro, carrões, com o objetivo único de comer mulheres. As mulheres desse meio por sua vez se realizam como moedas de troca, oferecendo sexo somente para os que ostentam mais, e abusando dos mais pobres (99%) que estão ali tentando participar da onda, endividando-se para poderem entrar na brincadeira e ostentar alguma coisa para terem uma pequena chance de serem aceitos pela mulherada. É a cultura principal da geração nem-nem (nem trabalha nem estuda, mamando nas assistências do governo), que são conduzidos pelo mainstream da indústria fonográfica como ratos de laboratório, perpetuando esse ciclo onde a minoria leva tudo (principalmente mulheres, o objeto principal) e a maioria sai da balada endividado, frustrado e sem recompensa sexual.
E principalmente o funk ostentação mostra que o cara pobre da favela que conseguiu o sucesso não está nem aí pra ninguém exceto para si mesmo, pois eles não optam por usar o dinheiro para ajudar os outros, e sim somente para benefício próprio, transformando-se em uma nova "elite da pobreza", mais uma para esmagar o verdadeiro trabalhador, aquele que nunca é recompensado e passa a vida girando na corrida dos ratos.
Excelente post. Compartilho da sua opniao
ResponderExcluirPerfeito!
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