quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Fechamento do mês fev/2013

E aí pessoal,


Fevereiro foi um mês bastante volátil, parece que todo mundo está fugindo da Bovespa, o governo não ajuda a trazer confiança para os investidores e aquela bonança que sempre acontece nos primeiros meses do ano desapareceu completamente do nosso mercado.


Fui afetado pela queda de valor nos títulos do tesouro, mas esse dinheiro não pretendo mexer, vou deixar pra resgatar em 2024 (será que eu aguento?).

Surpresa boa foi ver o resultado do BBAS3 que bateu recorde de lucro e infeliz foi a ELPL4 com seu prejúizo gigantesco. Decidi eliminar ELPL4 e RSID3 da minha carteira. Estou pensando em entrar em EZTC3 no lugar da RSID3, mas preciso dar uma estudada nos balanços primeiro. A ELPL4 eu diluí no restante da carteira.

Fiz uma operação bacana comprando opções OGX a seco com uma merreca e em 4 dias vi o valor multiplicar por 3, o que ajudou um bocado no resultado final.

Minha carteira atual é composta de:


BBAS3 (400)
BICB4 (1000)
CMIG4 (400)
ETER3 (900)
TRPL4 (200)
VIVT3 (100)
WHRL3 (300)

Sensação de quem estava comprado em OGX, Petrobras e Eletropaulo esse mês


Bons investimentos e até a próxima!


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Casamento: a destruição da sua Independência Financeira

Olá pessoal! Como vocês estão?

Tenho passado por uma fase bastante turbulenta na minha vida pessoal e isso me fez pensar muito sobre relacionamentos em geral. Tenho muitos amigos e colegas de trabalho que estão ou casando ou tendo seus primeiros filhos, e é justamente sobre o tema casamento que quero falar hoje.

O casamento é a concretização da união de um casal, a oficialização perante a sociedade e a igreja (geralmente) do relacionamento e do desejo de constituir uma família. Não sei ao certo como surgiu o modelo de festa que temos hoje na cultura ocidental, nem vem ao caso, mas temos hoje como grande problema o formato que o constitui.

Problema nº 1: a festa



Não quero colocar uma opinião machista aqui, mas é fato que 99% do casamento é totalmente dedicado para a imagem da mulher. Ela é a principal atração da festa. É pra ela que vão os holofotes, ela que faz a entrada triunfal até o altar, ela que coloca um vestido que se destaca sobre todas as outras pessoas do recinto. Para o homem, é apenas um terno e gravata simples. As vezes você nem acha mais o noivo durante a festa, mas é muito fácil identificar onde está a mulher.

Para a mulher, o casamento é um grande triunfo social, um marco importantíssimo em sua vida, e também uma vitória perante a outras mulheres de sua faixa etária que ainda estão solteiras. Por isso, existe uma pressão muito grande da parte dela, ou quando não é ela, da família dela, para que o casamento seja uma festa grandiosa. Nada de gastar pouco aqui, meu caro. Gastar pouco no casamento vai fazer com que a mulher fique mal falada, ou que a família dela olhe torto pra você. "Quem você pensa que é para não dar a minha filha um casamento luxuoso?" pensará a mãe dela. "Rapaz, para minha filha somente do bom e do melhor" pensará o pai.

E aí entra a primeira grande armadilha para o pobre amigo que deseja a IF: a cerimônia. Hoje em dia no Brasil, temos o problema de que cada pequeno item da festa é um serviço prestado por pessoas diferentes. É quase impossível achar um "pacotão" pronto, com salão, fotografia, filmagem, decoração e buffet, além das besteirinhas como a vela do bolo, enfeites da mesa, da igreja, etc. Sondando alguns pobres amigos recém-casados o custo com a festa somente chega na média de R$ 50.000,00.



Com a festança realizada, deve sobrar no máximo uns R$ 10.000,00 para que o casal faça uma lua-de-mel razoável. Aí ao invés de conhecer um outro país, passar uma semana em um resort internacional ou se esbaldar em alguma praia do nordeste brasileiro, é capaz de você levar sua esposa para alguma pousada meia-boca no interior.

Problema nº 2: o imóvel



A pessoa casa geralmente na faixa dos 23-28 anos, que é na minha opinião a pior idade da sua vida para você entrar em uma dívida, pois você mal começou a formar patrimônio (se é que começou). Com os preços dos imóveis hoje na estratosfera, o coitado que não conseguir dar uma boa entrada (pelo menos 50% do valor do imóvel) acaba de se CONDENAR FINANCEIRAMENTE pelos próximos 30 anos.
Você entra em uma dívida que vai ser perpetuada até a velhice, e fará com que você fique eternamente preso na corrida dos ratos. Sim, eternamente, porque assim que você estiver conseguindo pagar essa dívida e sobrar um pouco de dinheiro, chegará o seu primeiro bebê. É quase inevitável. E ai, meu amigo, você acaba de ficar preso para sempre na mão do banco e consequentemente do patrão.

Problema nº 3: a reforma



Legal, você conseguiu comprar o seu imóvel. Talvez você tenha gasto todo o dinheiro que juntou de forma pontual durante toda sua vida de uma vez só para pagar uma boa entrada e a festa para a sua querida noiva que merece tudo de bom e do melhor e que não quer ter a festa mais pobre entre as amigas que já casaram. Legal amigo, agora prepare-se para mobiliar o seu imóvel de R$ 350.000,00 com 47m².
Piso, azulejo, pia do banheiro, guarda-roupa sob medida, box, gesso, mesa de jantar, sofá, cama de casal sob medida, televisão, utensílios domésticos, enxoval (você pode até ganhar muita coisa de presente mas sua esposa vai querer escolher o que mais a agrada). Uma boa reforma numa casa dessa vai custar uma média de R$ 40.000,00. É caro mas se for parar pra pensar no custo absurdo que você tem na festa (uma cerimônia que dura 4 horas), até que é um preço razoável.



O analfabetismo financeiro e a pressão da sociedade faz com que o amigo pobre poupador não raciocine no quanto de dinheiro ele está jogando fora e no tempo que ele irá levar para conseguir pagar essa dívida. Afinal, seus amigos também pobres estão casando e não estão ligando para o quanto vão gastar. Porque você será a exceção? Eles vão te achar pobres. A sua futura esposa ficará com vergonha das amigas que tiveram um casamento maravilhoso. A família dela irá te pressionar. Você será visto por muitos anos de forma negativa e é capaz até das pessoas não te visitarem tanto quanto visitam os que fizeram uma festança (já vi isso acontecer!).
Não existe justificativa para gastar esse absurdo em uma festa. Além do mais uma festa cujo objetivo é apenas buscar a aceitação social e massagear o ego feminino. Se a sua atual namorada/noiva te pressiona para algo exagerado assim, ligue o sinal amarelo. A não ser que ela também seja uma poupadora e irá ajudar bastante com essa despesa, tome muito cuidado pois ela provavelmente está sendo egoísta.

Acredito que a compra do primeiro imóvel deva ser a última prioridade. Compensa muito mais hoje morar de aluguel e guardar o resto do dinheiro para a aquisição do imóvel do que já querer morar em um apartamento novo logo de cara. Mas aí também entra a pressão da sociedade. Todos seus amigos compraram seus apartamentos, você vai morar de aluguel, seu pobre? Muita gente associa aluguel como uma condição de pobreza, e é difícil para o amigo pobre resistir a esse pensamento. Mas resista amigo, você irá conseguir um retorno muito maior no futuro.

A reforma é inevitável, mas o casal deve se preocupar mais com o básico no começo e não em querer montar o castelo da Cinderela. Tome cuidado com a pressão feminina, elas adoram inventar motivos para gastar além da conta com detalhes supérfluos como a maçaneta da porta da lavanderia ou aquela linda torneira do tanque.

Aqui entram também outras questões mais complexas, mas ainda sim o amigo pobre deve sempre avaliar: em caso da relação começar a esfriar, quem vai ficar com o que no divórcio? Você pensou em proteger seu patrimônio ou não quis falar nada para ela com medo da reação? Em caso de filhos, você também pode acabar amarrado a uma pessoa que você não gosta apenas por causa da criança, pois as dívidas se acumularam muito de forma que você não consiga se sustentar se resolver se divorciar. É o tipo de decisão que pode arruinar completamente a sua vida se não for bem pensada e planejada cuidadosamente.


Tome muito cuidado para não entrar em uma armadilha. Pense no casamento como um negócio como qualquer outro, tem que ser realmente vantajoso, senão é melhor esperar. Avalie se a sua comunicação com a sua atual parceira funciona da forma correta. Se ela não dá abertura para que você converse sobre isso abertamente, é melhor tomar cuidado, pois pode ser que isso piore no futuro.

Resista a pressão da sociedade. Os tempos mudaram. Seus pais casaram numa época onde isso não custava tão caro. Sua noiva é legal, mas não a mime tanto. Prefira dar uma vida de conforto a ela pelos próximos 30 anos do que uma noite de luxo apenas.

Abraços e bons investimentos!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

[Livro] - O Investidor Inteligente

E aí pessoal,


Vou começar uma seção de reviews de livros relacionados a finanças.

Começando com o grande clássico de Benjamin Graham, muito famoso e praticamente uma leitura considerada obrigatória por muitos.




A primeira impressão que eu tive ao começar a ler o livro é de que ele seria um guia completo sobre investimentos, dado seu tamanho impressionante de 670 páginas e densidade do conteúdo. O começo do livro é bastante interessante e dá o tom da mensagem que o autor quer passar: é um guia para investidores passivos, ou seja, o cara que não é profissional de mercado e não acompanha notícias fervorosamente. Ele deixa bem clara a visão do que é ser investidor e do que é ser especulador, e o conteúdo começa a se aprofundar em questões sobre mercado de ações, títulos públicos, uso de empresas e agentes especializados para investimentos e etc.

Muitas vezes mais interessante do que o capítulo em si são os comentários que seguem depois de cada um. Como o livro foi escrito há muito tempo (1ª edição saiu em 1949), muitos dos fatos apresentados datam de eventos ocorridos antes de 1980, e então os comentários de Jason Zweig surgem como um "update" dos fatos, trazendo a tona eventos relacionados as novas crises do século e como são parecidos ou confirmam as teorias apresentadas por Graham anteriormente. Enquanto a leitura dos capítulos são mais densas e dependendo do assunto um tanto cansativas, os comentários trazem um certo alívio com uma leitura um pouco mais descontraída, uma espécie de bate-papo informal com o leitor.

Alguns temas do livro são bastante específicos de como funciona o mercado de títulos americano ou de outros detalhes tributários do sistema financeiro de lá, o que acaba descartando um pouco do conteúdo para o ambiente brasileiro. O conteúdo principal fica mais concentrado nos primeiros capítulos, com destaque para a visão de Graham sobre análise técnica e o besteirol de muitos matemáticos e "especialistas de mercado" que tentam empurrar fórmulas e teorias para justificar investimentos. Um dos capítulos mais interessantes foi o Cap. 8: O investidor e as flutuações de mercado. É uma análise bastante racional sobre como o investidor deve interpretar e agir com as mudanças bruscas, inclusive destrinchando idéias comuns como "comprar na baixa e vender na alta". Os comentários aqui se superam com muito bom humor, destaque para a pág. 254 que mostra como seria o noticiário sobre economia na visão de Graham, onde o repórter anunciaria positivamente que as ações estão mais atraentes para compra após uma queda no mercado e que os analistas estão otimistas que mais quedas podem acontecer, deixando os preços ainda melhores.

Graham realmente fala um pouco de tudo nesse livro e simplifica bastante a idéia de como investir regularmente, sem se preocupar com notícias e oscilações de mercado, buscando simplesmente comprar boas ações que estejam a um preço baixo. Não chega a se aprofundar como um guia exato de como analisar balanços ou de como encontrar a melhor ação, mas é uma leitura muito interessante que traz mensagens positivas sobre racionalidade, paciência, calma e sabedoria ao investir, e se torna ainda mais relevante nos dias de hoje com a velocidade da informação e a cultura imediatista que tomou conta da sociedade.

Até a próxima!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Cartão de crédito, seu amigo

E aí pessoal, aproveitando bastante o carnaval?

Muitas pessoas que tentam levar uma vida frugal para maximizar seus aportes evitam completamente o cartão de crédito. As justificativas geralmente são boas, pois o uso não controlado desse recurso pode acabar fazendo a pessoa pagar os juros mais altos do mercado.

Mas na verdade o cartão de crédito pode ser um excelente aliado para você, amigo aportador. Você pode utilizá-lo como instrumento para controle de gastos e ainda rolar uma dívida para ser paga somente no mês seguinte sem nenhum juro.

O uso consciente do cartão pode trazer muitos benefícios. O que você precisa em primeiro lugar é procurar um cartão com limite baixo e que não cobre anuidade. Esse ponto é muito importante, com anuidade as vantagens dessa estratégia vão por água abaixo. E na verdade é bastante simples conseguir isso, basta fugir de cartões de banco e procurar um desses cartões de loja (ex: http://www.livrariasaraiva.com.br/, dá pra solicitar pela internet mesmo). Não queira ostentar esses cartões de playboy, deixe que o banco coma o dinheiro dos seus amigos estúpidos que se acham importantes pois tem uma conta Personallité do Itaú.


Fuja dessas merdas ae

Com o cartão em mãos, você pode começar a pagar tudo que for possível usando ele. Pesquise também se o cartão que você escolheu tem algum esquema de pontos ou milhagens. Geralmente isso não traz muita vantagem pra cartões de loja, mas é melhor do que nada. Se você geralmente gasta R$ 1500,00 em despesas mensais rotineiras e consegue transferir isso pro cartão, isso significa que esses R$ 1500,00 se tornam um aporte extra que você terá no mês de aquisição, e aí é só continuar rolando a dívida.

Dicas:
  • Controle sempre em um software próprio ou planilha todos os gastos exatos do cartão. Acho que a maioria dos cartões possuem sistema de consultar extrato pela internet, mas geralmente existe um atraso de alguns dias para você visualizar o lançamento.
  • Se for fazer alguma compra parcelada, sempre opte pela opção sem juros (básico).
  • Caso exista um programa de recompensas, tente usar o cartão em todos os lugares que você for.
  • Se possível procure o cartão de uma loja onde você geralmente faz compras, geralmente é possível obter descontos maiores no estabelecimento se usar o cartão próprio.
  • Evite limite alto para evitar problemas maiores em caso de roubo.
  • Fuja dos serviços extras que muitas vezes tentam oferecer junto com o cartão.
Até a próxima!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Risco x Retorno?

Olá pessoal,

Hoje vou aproveitar o espaço do blog para falar um pouco sobre minhas estratégias pessoais de investimento e minha opinião sobre a questão de diversificar ou não.

Não gosto muito da diversificação. Acredito que isso não traga lucros no longo prazo como muitos pregam e que pensar dessa maneira só atrasa a vida do investidor. Odeio ETFs por causa desse mesmo motivo.

Vejo que muitas pessoas pregam fórmulas malucas de alocação de ativos, visando principalmente a redução do risco. Para isso, são desenvolvidas inúmeras metodologias e fórmulas matemáticas de análise de risco baseadas em histórico, volatilidade, volume, etc, etc... A maioria tenta chegar a algum tipo de número ou porcentagem que indique de forma quantitativa o risco X retorno de um investimento. Então a pessoa mostra: "olha só, melhor deixar 50% em Tesouro Direto, 25% em CDB, 10% em poupança, 10% em FII e 10% em ETFs, porque eu analisei o risco e esse é o melhor retorno".


Não aguento mais essa vida, mas pelo menos meu dinheiro tá quietinho lá seguro enrolado no cobertor ganhando um cafuné


Eu não gosto desses números. Acredito que é uma tentativa forçada de prever o caos e a imprevisibilidade do mercado tentando reduzir tudo a números inteligíveis que fazem com que o investidor reduza tanto o risco que o retorno se torna cada vez mais pífio. É a ilusão da segurança, mas que faz com que a pessoa fique parada no lugar somente aportando e vendo seu patrimônio com pequenas variações.

Considero esse modelo muito interessante para quem não visa a Independência Financeira e sim algum objetivo específico: aquisição de um imóvel, viagem internacional, pagar uma faculdade/pós-graduação. Ou para quem já alcançou a tão sonhada independência e queira agora viver de rendimentos sem precisar se estressar com notícias sobre o mercado. Mas não para quem tem objetivos maiores.

O meu objetivo é ser rico. A idéia de riqueza para mim está relacionada diretamente com a idéia de liberdade. Com dinheiro você pode:
  • Ser o próprio chefe, ou trabalhar somente em coisas que realmente te agradem; você nunca mais é obrigado a abaixar a cabeça para seu patrão, se submeter as idiotices dos RHs corporativos,  aguentar pessoas que não suporta por profissionalismo, perder as suas horas de vida para gerar lucro para pessoas que te desprezam e que tem como intenção explorar você até o limite.
  • Ter uma vida muito melhor com sua família. Nada de estresse no final do mês com as contas a pagar, planejamentos gigantescos para poder fazer uma viagem sem entrar em dívidas, ligações de cobrança de bancos e financiadoras.
  • Ter mais saúde. Saúde não se compra, mas médicos sim. Você pode ter o melhor plano de saúde possível, pagar o melhor hospital, ter os melhores serviços de seguro.
  • Curtir a vida. Poder sair, conhecer todos os lugares do mundo, encontrar pessoas interessantes, se tornar mais culto e inteligente.
Então entra a pergunta: se você hoje não tem isso, porque não arriscar mais? O que você pode perder? Você já é pobre ou pelo menos, deve estar longe de ser rico.

Diversificação desnecessária é um exagero. Investir em 69 ações diferentes não vai te trazer segurança, apenas vai deixar seu patrimônio mofando. Ainda mais com um governo como o atual, que faz intervenções o tempo todo, é ainda mais impossível definir uma relação de risco X retorno (essa semana mesmo saiu uma notícia onde o governo anunciou que está cogitando o aumento do IR para aplicações em CDI).

Diversifique pouco. Cada ação deve lutar para ter um lugar na sua carteira. Ela deve merecer estar ali, como um atleta olímpico em uma competição. O cenário mudou? A Dilma resolveu destruir o setor? Essa ação não merece mais estar ali. Expulse-a. Seu dinheiro hoje é nada mais que uma variável numérica armazenada em uma corretora de valores. Consegue se desapegar a ele, ou quer segurá-lo com todas as suas forças e não deixar ele se arriscar por aí, evitando assim que ele desapareça mas que seu sonho seja adiado para a velhice?

Sai da minha carteira porque você é moleque

Minha carteira atual possui 9 ações. Boa parte delas eu acredito que estão bastante desvalorizadas. Antes eu estava basicamente operando 3 ações, mas dei uma sossegada por conta do trabalho e problemas pessoais que estavam afetando meu lado emocional e minhas especulações. Tem um imóvel que ficou de herança para minha família e que está a venda agora. Calculo que receberei em torno de R$ 200.000,00 na minha parte, e esse dinheiro muito bem-vindo será destinado integralmente para as ações. Até lá vou estudar quais desses ativos serão demitidos da minha carteira e quais vão continuar.

Abraços e bom feriado!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Carro: a máquina que suga dinheiro

Olá pessoal,

Hoje vou falar sobre um assunto muito discutido nos blogs de finanças: o custo de um carro.
Tenho um carro bem velho já, ano 98, e enquanto o seguro e o IPVA dele é bem mais barato do que um carro mais moderno, todo o resto faz com que eu tenha vontade de jogá-lo de um precipício e atear fogo no que sobrar depois.



Fiz uma planilha com todos os gastos extras com manutenção que tive que fazer ano passado. Esse é o resumo da ópera:

1 Semestre 2012: Disco de freio, pastilha de freio, filtro de combustível, bicos, velas, óleo de freio, regulador de pressão, respiro do óleo, limpeza do limpador do pára-brisa, troca dos 4 pneus, farol queimado (2 lâmpadas), conserto de vazamento de água do radiador, troca da bomba de combustível, troca de óleo e filtro de óleo, troca da caixa de direção

Total: R$ 3137,00

2 Semestre 2012: Correia dentada, bomba d'água, rolamento da correia, aditivo para o radiador, correia do alternador, outro pneu, alinhamento, balanceamento, troca de óleo

Total: R$ 731,00

Um total de R$ 3868,00, o equivalente a um aporte médio que eu faço por mês, apenas em manutenção. Não estou contando aqui os impostos e combustível. E o pior de tudo é que ele continua com vários problemas, já estimei que se eu for mandar arrumar o que precisa, vai mais uns R$ 1500,00 pelo menos.

Comprar um carro mais novo faz com que a dor de cabeça com esse tipo de problema seja bem menor, mas o custo da aquisição mais IPVA, seguro e etc. acabam drenando seu dinheiro quase de forma equivalente, pois existem outros detalhes que as pessoas esquecem de contabilizar com relação a carros novos: você não vai querer largar seu carro em qualquer lugar da rua. Então toda vez que você sair com ele pra qualquer restaurante, shopping, balada, bar, você dificilmente vai estacionar em qualquer rua vagabunda de São Paulo, a não ser que você ache legal ser roubado. E na maioria desses lugares o custo para estacionar vai na média de 10 a 30 reais, dependendo da região. Já com minha caranga eu largo em qualquer lugar e dane-se, ninguém tá afim de levar essa peça de museu mesmo.

Apesar de todos os problemas, acho muito difícil viver sem carro. Ficar sem é não ter a liberdade de ir e vir, pois o nosso transporte público é ridículo. Aqui de onde eu moro pra qualquer lugar que eu queira ir de ônibus eu teria que pegar pelo menos 2 conduções e fora o tempo de espera/deslocamento.

Quais são as soluções então? Pelo menos o que eu acredito: nunca comprar um carro zero, pois é um gasto extremamente desnecessário. Um bom usado, não muito velho, será bem mais barato e você ainda pode conseguir um bem completo, com ar-condicionado e etc. Nunca, jamais, entrar em um financiamento. Quer pagar parcelado mesmo assim? Procure comprar uma carta de consórcio contemplada. Você dá uma entrada razoável e dependendo da carta as parcelas podem vir até com juros zerados. Basta procurar algum vendedor de confiança, não é tão difícil de encontrar com uma pesquisa simples na internet.

Mas de resto, não existe solução fácil. Você vai continuar pagando caro pra qualquer manutenção/revisão, o governo vai te roubar de todas as formas possíveis, e além disso você nunca vai se sentir seguro andando com ele por São Paulo (ou RJ, ou MG, ou qualquer estado brasileiro). Terá que pagar um seguro bom (sério, pague um realmente bom, porque pegar aquele meia-boca vai fazer você se arrepender no primeiro momento que precisar), colocar um alarme, sempre se preocupar em não deixar nada visível de valor dentro do veículo e etc.

É o preço que pagamos por viver no Brasil.


Modelo ideal para andar em SP

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

"Agora eu não posso investir porque..."

Quem nunca ouviu essa frase ao tentar conversar sobre investimentos com outra pessoa?

Desde os meus 18 anos tento atrair amigos e conhecidos pra essa realidade, mostrando as diversas opções entre as mais conservadoras até as mais arrojadas/arriscadas. E desde os 18 eu ouço essa frase como resposta. Todos tem a desculpa na ponta da língua. "Agora eu não posso pois estou pagando a faculdade.", "agora não posso porque preciso primeiro quitar meu carro", "não posso arriscar agora pois daqui a um ano vou me casar".

É deprimente tentar conversar com alguém e ver o claro desinteresse da pessoa sobre o assunto. Às vezes me sinto uma espécie de alienígena. Ninguém se preocupa com rentabilidade, inflação, dividendos, nada.

Anos atrás abri uma conta em um banco ao mesmo tempo que um colega de trabalho. O gerente tentou me empurrar um monte de porcarias no momento da abertura. "Que tal o senhor investir nesse título de capitalização? Você concorre a até 25k por mês no período de um ano. E o nosso fundo DI, o senhor não tem interesse?". Dei risada e falei pra ele que poderíamos começar a conversar quando ele oferecesse uma aplicação que rendesse no mínimo 100% do CDI. O gerente não gostou muito e logo desistiu.

Chegando no trabalho falo com meu colega sobre o gerente pilantra e descubro que ele caiu no conto do vigário. O gerente convenceu ele a investir automaticamente 200 reais por mês num título de capitalização porcaria. E ele ainda saiu feliz, como se tivesse feito um ótimo negócio. Só me restou sorrir. "Que bom que você tá feliz cara" :)


No meu emprego atual tem um moleque estagiário, ainda no começo da vida, ganhando razoavelmente bem pra idade dele. Tentei conversar com ele sobre o mercado de ações e ele me diz que não sobra dinheiro pra nada. Só que a uns dois mês atrás comprou um Galaxy S2 parcelado em 10x. Ficou se exibindo o tempo todo com o aparelho, mostrando recursos incríveis como passar a lateral da mão sobre a tela toda pra tirar um print-screen (uau! que demais! eu sempre precisei tirar um print do que está aparecendo no meu aparelho) e alguns gestos malucos que ativam recursos ainda mais inúteis. Ao deixar o celular cair de uma altura de nem 1m, a tela quebrou por dentro e o LCD começou a vazar. Vai ter que gastar agora quase R$ 500 só pra trocar a tela do celular que não foi pago ainda. O chefe foi legal e vai emprestar o dinheiro pra ele e ir descontando da folha de pagamento mês a mês. Já eu ando com meu celular dual chip que paguei R$ 440 numa promoção um ano e meio atrás. Roda Android, tira foto, manda SMS e faz ligação. Ah, e ainda dá pra entrar na internet pra fazer funções básicas. Nunca precisei de nada mais do que isso, e olha que eu trabalho na área de TI. Também não foi feito pra quebrar com qualquer queda vagabunda, já deixei ele cair umas vinte vezes e o máximo que aconteceu foi soltar a tampa da bateria. Quando falei pra ele que esse meu aparelho atual está custando uns R$ 350 hoje, ele riu e me chamou de mão de vaca.

Eu não desejo que todos sigam o caminho que tenho tomado desde que comecei a trabalhar. Nem todos estão interessados de verdade na independência financeira. Aliás para muitos o único caminho para isso ou é roubar, ou ganhar na loteria. Mas é muito deprimente viver num país com um nível de analfabetismo financeiro tão alto, onde as pessoas trabalham 10 horas por dia com salários horríveis e pagam 3x mais pra qualquer bem de consumo do que lá fora. Deprimente se sentir sozinho sem ter com quem conversar sobre dinheiro.

Esse é um dos motivos pelo qual sigo aportando o máximo possível e evitando gastar com coisas desnecessárias. Não consigo me adaptar a esse mundo consumista de pessoas superficiais que preferem pagar juros ridículos para comprarem coisas por puro status social. Quero poder construir meu patrimônio cedo para aproveitar a vida com plenitude, sempre dentro das minhas possibilidades. É um caminho difícil. Já tive até que abrir mão de relacionamentos por causa disso. Mas isso fica para um outro post.


Nintendo ensinando aos jovens que o capitalismo é muito importante em New Super Mario Bros 2


Abraços!