quarta-feira, 29 de maio de 2013

A classe média odiada

Dias atrás houve um evento do PT de lançamento do livro "10 anos de governos pós-liberais no Brasil" com participação da nossa governanta Dilma e do ex-presidente Lula. Um público composto basicamente por militantes do partido, aquele clima de descontração de sempre. Uma filósofa oficial do PT, Marilena Chauí, fez um discurso durante o evento e nele ela soltou a incrível frase: "eu odeio a classe média. "

Veja o vídeo abaixo:


“E porque é que eu defendo esse ponto de vista? Não é só por razões teóricas e políticas. É PORQUE EU ODEIO A CLASSE MÉDIA. A classe média é o atraso de vida. a classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante… terrorista.“
A classe média é uma abominação política, porque ela é fascista. Ela é uma abominação ética porque ela é violenta, e ela é uma abominação cognitiva porque ela é ignorante. Fim.”
É um discurso bem difícil de digerir. Ela inicia o vídeo comentando sobre os europeus, de uma maneira bastante superficial pra uma pessoa que se diz filósofa e acaba enrolando idéias com elos estapafúrdios para chegar a conclusão de que odeia a classe média. É a opinião dela, mas sabemos que são essas as idéias que encabeçam o partido, que são estimuladas e defendidas nas escolas públicas. E é uma opinião que incita o ódio entre as classes, a velha jogada de colocar parte do povo contra a outra parte do povo, para criar opiniões fervorosas, violentas e intolerantes entre eles.

E vem a ironia: ela é pobre? Será que ela está na camada miserável do país? Pelo que pesquisei, não. De acordo com o blog do Reinaldo Azevedo, o MEC compra os livros dessa mulher e distribui pelas escolas do país. Imagino a qualidade do que está sendo ensinado para as crianças.

Como é possível odiar uma classe inteira, a classe que estuda, que empreende, que trabalha, que faz negócios, que gera renda para o país, que cria empregos, que cria inovação, pesquisa, luta no dia-a-dia, para defender uma opinião esquerdista tão ortodoxa, pobre e até infantil?

E afinal, qual é o objetivo dos programas de renda do governo? Tirar as pessoas da pobreza, mas até o limite aonde elas continuem pobres porém sem adentrarem na odiada classe média? Uma espécie de limbo social pois ascender em novas posições farão que essas pessoas se tornem mais escolarizadas, mais competentes, mais instruídas, e talvez assim parem de gerar votos para o governo autoritário e manipulador do PT.

O conceito de classe social é algo completamente abstrato e pessoas com discursos populistas muitas vezes usam esse artifício com boa lábia para manipular a platéia e encaixar peças quadradas em buracos redondos. Ainda mais em um país onde boa parte da classe média é justamente aquele povo que passa a vida pra prestar um concurso público pra mamar na teta do governo. O inimigo então se torna aquilo que a pessoa inferiorizada considera: o patrão, o gerente, o chefe, o colega em um cargo acima, o vizinho que teve uma brilhante idéia e se tornou rico, o amigo que antes vivia em iguais condições e hoje está com sua empresa própria fazendo sucesso. O ódio é incentivado ao invés da inveja saudável, aquela que faz enxergar a pessoa acima como um vitorioso e que mostra que é possível chegar lá através do esforço próprio.

A amizade do governo com os terríveis líderes dos países da América do Sul mostra claramente qual é o ideal que é procurado para instaurar no Brasil. E pouco a pouco, de forma silenciosa, com a compra de votos por assistencialismo barato, com ministérios e mensalões para tornar os opositores aliados, estamos nessa sociedade onde quem paga a conta é odiado e leva a culpa.

Um comentário:

  1. "E vem a ironia: ela é pobre?"
    Só de aposentadoria na USP ela ganha 25k por mês (17k líquidos).
    Pesquise por "Marilena de Souza Chaui" em:

    https://uspdigital.usp.br/portaltransparencia/portaltransparenciaListar

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