quinta-feira, 5 de junho de 2014

[Livro] A Revolta de Atlas



Considerado o segundo livro mais influente nos Estados Unidos depois da Bíblia, A Revolta de Atlas (Atlas Shrugged) é a obra-prima da escritora e filósofa Ayn Rand, que traduziu a sua filosofia do objetivismo em um romance sobre a luta dos homens que produzem contra uma sociedade que condena o pensamento, o indivíduo e o lucro.

Um dos melhores livros que já li na vida! Para você amigo aportador, que entende o valor da luta pela independência financeira, que se sente sufocado a cada dia quando paga impostos exorbitantes, quando esbarra na máquina estatal que cria inúmeros problemas e te cobra caro para resolvê-los, quando suas idéias de abrir um negócio próprio rapidamente são frustradas pelo custo absurdo comparado ao risco... por favor compre logo essa obra-prima.

A história gira em torno de Dagny Taggart, diretora de operações da ferrovia Taggart, a grande paixão da sua vida, desde pequena. Dagny cresceu com o instinto natural de uma líder produtora, e adora o trabalho que faz. Cuidar da ferrovia de forma eficiente, atender os seus clientes da melhor maneira possível, é a realização do seu objetivo de vida. Já o seu irmão, que comanda a empresa, é o completo oposto: um inútil incapaz de tomar qualquer tipo de decisão, mas que mantém o seu cargo através de suas amizades com os poderosos do governo, aqueles que ditam as regras sobre os que produzem, que expropriam, que controlam negócios nos quais nada entendem. No mundo do livro (que se passa em um período não definido, provavelmente no pós-guerra), a maioria dos países se tornaram repúblicas socialistas nos moldes de Cuba, e os EUA são o único resquício de capitalismo ainda existente, porém já completamente dominado por políticos de esquerda e com falências pipocando por todos os lados.

Eis que os grandes industriais, pesquisadores, inventores, produtores, engenheiros, começam a desaparecer misteriosamente. As indústrias (as máquinas do mundo) começam a parar pela falta de mentes, e os burocratas passam a condenar o lucro e o livre mercado por todos os problemas, e a partir daí começa uma avalanche de medidas intervencionistas sem o menor sentido econômico, que acabam agravando ainda mais a situação e gerando mais e mais medidas. No olho do furacão está Hank Rearden, uma das grandes mentes inventoras, dono de uma siderúrgica e inventor de um metal mais barato e de excelente qualidade (que ele levou 10 anos para conseguir produzir). Dagny trava suas batalhas durante o livro, porém Hank é o grande alvo: ele carrega a produção do país nas costas, porém é criticado pela família (que o odeia por não aderir a "causas sociais" e somente visar o lucro, porém são todos sustentados por ele), pela alta sociedade (por não se relacionar com os burocratas) e pela opinião pública. Pouco a pouco Hank vai sendo destruído e vê suas criações sendo roubadas com a desculpa de servirem ao "bem-maior", enquanto o país afunda em desemprego, fome e caos.

Outro personagem muito interesse é Francisco D'Anconia, herdeiro da maior produtora de cobre do mundo, que repentinamente deixa seu espírito empreendedor de lado e se torna um playboy esbanjador que visa apenas a destruição do seu próprio patrimônio e de todos que se relacionam com ele. O triângulo amoroso vivido entre Dagny-D'Anconia-Rearden se torna muito interessante no desenrolar da trama, mostrando que os mesmos valores que deveriam ser aplicados entre homens honrados no livre-mercado também se aplicam em todas as áreas da vida, incluindo o amor.

O cenário desolador é muito bem explorado: a paralisia das mentes, as pessoas não-produtoras que exigem tudo de graça do Estado-papai, a vida miserável e sem sentido dos que condenam a livre-iniciativa com suas falácias coletivistas, incapazes de gerar qualquer valor pra sociedade porém se achando no direito de se apropriarem das riquezas de quem produz e de ditarem as regras de como produzir. Você sente a sociedade definhando conforme o passar do tempo, e as obviedades sobre os problemas do mundo sendo mascaradas por políticos psicopatas cujo único objetivo é a manutenção do poder pelo poder, e não pela meritocracia (alô PT).

Toda a obra serve para embasar o grande discurso proferido por um dos personagens próximo ao final, uma síntese de toda a filosofia de Ayn Rand sobre o objetivismo: sua defesa do livre-mercado, do lucro, da propriedade privada e da mente do homem como sua maior virtude. A autora não poupa críticas contra o governo, contra as filosofias marxistas (que ela nunca menciona de forma direta), contra a hipocrisia dos que condenam quem produz porém não podem viver sem os produtores. O lucro é o grande demônio visto pela sociedade, que não é capaz de entender qual é o verdadeiro sentido do dinheiro. Aliás, para mim a melhor parte do livro é o discurso que D'Anconia dá em uma festa cheia de celebridades esquerdistas com suas falácias idiotas sobre "o dinheiro ser o mal da sociedade" (confira nesse link, não contém spoilers). Vou tentar decorar esse discurso para usar contra qualquer imbecil socialista que aparecer na minha frente.

O grande discurso final é uma aula que deveria ser ensinada em todas as escolas ao invés da lavagem cerebral marxista que nossas crianças recebem, que as tornam seres idiotizados incapazes de pensar, de produzir, de gerar valor pra sociedade. É incrível como o livro se torna tão atual mesmo tendo sido escrito há mais de 50 anos atrás, principalmente olhando a nossa volta e comparando o cenário de destruição do livro com nossa terra da Banânia.

Comprem esse livro, pois vocês não se arrependerão (existe um filme sendo produzido em 3 partes, ainda não vi, mas as críticas são bem ruins, então fique com o livro mesmo).


Abraços!

4 comentários:

  1. Eu li o livro em 1 semana. Melhor livro que já li.
    Estou lendo A Nascente, da Ayn Rand também, muito bom.

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  2. O livro parece ser excelente, mas acho que estamos tendo uma aula sobre isso aqui no Brasil.
    Logo logo poderemos escrever nossas próprias histórias com exemplos práticos sobre esse tema.
    Abraço

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  3. Creio que os partidarios do PT leram este livro há anos atrás e resolveram implantar a estória quando chegassem ao poder.

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  4. Olá Nerdinvestidor, você tem Facebook? Acho seu blog ótimo, mas nao consigo acompanhar direito blogs em geral, se vc tivesse FB seria mais facil pra eu acompanhar suas atualizações. Obrigado. Caso vc n queria passar aqui, me adicionar lá: /pauloxmarques

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