E aí pessoal, tudo bem com vocês?
Essa semana, além da eleição do novo papa (com a incrível cobertura da mídia mostrando em tempo real a fumaça preta saindo da chaminé por minutos), ciclistas decepados por imbecis, Marta Suplicy dizendo que games não são cultura (desgraçada), tivemos também a apresentação do novo
Samsung Galaxy IV.
Quando a Apple lançou o primeiro iPhone, o mundo mudou pra sempre. O formato do aparelho e a ênfase na usabilidade transformou radicalmente o mercado de smartphones. Rapidamente os concorrentes não quiseram ficar para trás e inventaram seus aparelhos tops de linha ultra sofisticados. O que aconteceu desde então foi que pouco a pouco
os smartphones se tornaram o novo modismo irracional de consumismo mundial. Cada época tem o seu. Carros, rádios, tênis, TVs, computadores, notebooks. De tempos em tempos surge algum produto que se torna febre e causam o efeito de atrair consumidores que competem entre si para exibir para os amigos e familiares o novo bem de luxo.
O modelo atual de mercado é completamente insustentável. Os fabricantes lançam um novo aparelho em um intervalo de seis meses apenas. A inovação acabou faz tempo, agora só restam os upgrades pontuais de hardware e uma parafernália de recursos que ninguém sabe para que serve.
Vamos analisar os principais destaques do novo Samsung Galaxy IV, que vai chegar aqui com o preço inicial de R$ 2.399,00 (aproximadamente um rim), de acordo com a resenha do
Gizmodo:
É. Não mudou nada.
A primeira coisa que você nota sobre o S4 é que ele é muito parecido
com o S III. Ele tem basicamente o mesmo formato do S III, mantendo o
botão Home físico, embora seja um pouco mais retangular.
São 13,87 cm de altura e 6,98 cm de largura. Ele consegue ser menos
largo que o S III, apesar da tela maior, e ainda é mais fino: 7,9 mm de
espessura. Ele também é um pouco mais leve, com 130g. Eles conseguiram
esta façanha encolhendo bastante as bordas.
Vemos aqui a estúpida tendência de deixar o aparelho cada vez mais fino e longo. Talvez seja para que quando caia quebre mais fácil, visto que a maioria deles não resiste a uma queda simples. A tela fica cada vez maior, fazendo com que a diferença entre tablets e smartphones seja cada vez mais difícil de notar.
Deve ter caído de uma altura de 13cm.
O Galaxy S 4 possui tela Super AMOLED ainda maior que a do seu antecessor: 5 polegadas com resolução 1920×1080 pixels e 441 PPI. Como esperado, o processador vai depender do país: alguns receberão o
modelo com o Exynos 5 Octa; enquanto outros terão um chip Snapdragon S4
Pro.
O Exynos 5 Octa tem oito núcleos, mas age como quad-core: não mais
que quatro núcleos funcionam simultaneamente. São dois conjuntos de 4
núcleos: um deles contém núcleos Cortex-A15, para tarefas mais
exigentes; enquanto o outro grupo tem núcleos Cortex-A7, que economizam
bateria. São 2 GB de RAM, 16 GB de armazenamento – com opções de 32GB e 64 GB –
e entrada para microSD. Ele tem bateria removível de 2600 mAh, mais do
que muitos concorrentes no high-end; torcemos que ela consiga acompanhar
o maior consumo de energia de uma tela Full-HD.
Aqui entram os dados maneiros que os gerentes, coordenadores e pessoas arrogantes gostam de usar para se gabar para os colegas, apesar de não entenderem exatamente o que significam. É bem simples:
você está pagando por um videogame bem caro, pois um hardware desse não serve para muita coisa se você não utilizar para jogos e afins. E o mais irônico é que é exatamente o que esse público-alvo não faz. Eles utilizam para acessar redes sociais, ler e responder e-mails e falar com a família. Nada que um celular de R$ 300 reais não faça facilmente hoje em dia.
Ele tem câmera de 13 megapixels com flash, e uma câmera frontal de 2
MP. Você pode gravar vídeo usando as duas câmeras ao mesmo tempo, função
semelhante à presente no LG Optimus G Pro. A câmera frontal consegue
tirar 100 fotos em quatro segundos, e depois selecionar as melhores para
criar uma só imagem.. Também há uma função “Sound and Shot”, que
permite gravar cinco segundos de áudio antes de tirar uma foto.
Entram aqui os recursos inúteis que a pessoa usa duas vezes: uma para testar e outra para exibir para o colega e causar inveja. No dia-a-dia ele irá tirar fotos como qualquer ser humano normal, sem usar nada dessas besteiras aí.
Por dentro, há oito sensores internos, incluindo temperatura e umidade,
mais um sensor infravermelho para controlar sua TV. Ele tem suporte a 4G
LTE, Wi-Fi a/b/g/n/ac, Bluetooth 4.0 e MHL 2.0.
Uau. Sensor de temperatura e umidade. O sonho de qualquer pessoa, sempre precisei de um negócio desses.
O Galaxy S4 roda a versão mais recente do Android, o Jelly
Bean 4.2.2, mas bastante personalizado com o TouchWiz – e cheio
de funções inteligentes. Estas são as principais:
- O Smart Scroll, que circulou em rumores, está
aqui… mais ou menos. Ele sabe quando você está olhando para o aparelho;
então se você inclinar o aparelho para frente ou para trás, o conteúdo
no app rola para cima ou para baixo.
Put* que pariu! Como se já não bastasse a preguiça dos usuários em apertar botões, agora não precisa mais deslizar o dedo na tela. Viva o sedentarismo.
- O Air View permite pairar um dedo em pastas na
galeria – sem tocá-las – e abrir uma pré-visualização das fotos. É algo
semelhante ao que vimos no Xperia Sola, que usa um sensor capacitivo
adicional para reconhecer seu dedo a 22mm da tela – o Galaxy S 4 deve
usar tecnologia semelhante.
- Com o Air Gesture, você também pode navegar na web sem tocar a tela: basta mover o dedo no ar para cima ou para baixo, e a página rola sozinha.
MEU DEUS! Que demais! Eu não preciso encostar na tela!
Eu vou ficar que nem um idiota fazendo gestos no ar, pois meu aparelho vem com um capacitivo adicional de merda para reconhecer que eu estou QUASE encostando! Cara, que vontade de comprar hein!
Bom, esse é um resumo geral do novo brinquedo adulto.
Essas mudanças estúpidas mostram claramente que não havia necessidade alguma de lançar um novo aparelho poucos meses depois do modelo anterior. A inovação do hardware é completamente desnecessária no momento, e os recursos de software são apenas mimos desnecessários para 99% dos consumidores. Mas é claro que isso não irá impedir que filas no mundo inteiro se formem e que as pessoas se sintam realmente felizes em adquirirem o aparelho, assim como o próximo da Apple que com certeza virá até agosto.
As pessoas não compram um aparelho mais por necessidade, elas compram simplesmente o modelo mais atual sem nem ao menos entender para que servem, simplesmente para que possam
demonstrar nas reuniões de família para os parentes pobres, para os vizinhos, para os colegas de trabalho e subordinados, para ostentar um luxo completamente desnecessário, que os prendem cada vez mais a um mundo digital formado por usuários idiotas e mimados que comparam aparelhos entre si como meninos comparando o tamanho dos seus pênis em um banheiro. É o brinquedo da década, que cria novas separações sociais entre pessoas que têm e as que não têm.
Amigo aportador consciente, pesquise sobre quais são as suas reais necessidades antes de comprar um aparelho desses. Fuja das operadoras com seus planos malucos que te prendem por meses e iludem como se você estivesse pagando mais barato. Cuide bem do seu dinheiro e não faça como essa galera aqui:
Na China sempre é um pouco pior
Abraços e bom final de semana!